Resumo: Como o maior reservatório de carbono nos ecossistemas terrestres, os solos desempenham um papel crítico na produção de alimentos, mitigação e adaptação às mudanças climáticas e sustentabilidade dos agroecossistemas. Nesse contexto, o objetivo deste estudo é estimar variações nos estoques de carbono do solo decorrentes de mudanças no uso e manejo da terra em diferentes biomas que compõem a Bacia Estendida do Rio São Francisco (BESF), entre 1985 e 2017. Para isso, foram utilizados dados de sensoriamento remoto e informações do censo agropecuário do IBGE, além de fatores de emissão para estimar as alterações de carbono orgânico do solo (COS). Os resultados indicam que o BESF teve cerca de 5,70 milhões de ha degradados no período analisado, além de um aumento de 0,72 Tg C ano-1 nos estoques de SOC. O submédio da bacia do Rio São Francisco registrou o maior ganho de SOC, com aumento de 0,54 Tg C ano-1; por outro lado, a sub-bacia do médio Rio São Francisco apresentou as maiores perdas de SOC, com redução estimada de 0,07 Tg C ano-1. Em suma, este estudo fornece evidências importantes sobre mudanças nos estoques de COS na região, enfatizando a importância da conversão da vegetação nativa para sistemas agrícolas e pecuários sob manejo sustentável do solo para mitigar as emissões de gases de efeito estufa e manter a qualidade do solo.
