Resumo: Nas últimas décadas, uma quantidade significativa de terras agrícolas foi perdida devido à degradação/desertificação do solo. Além disso, o aumento da frequência de eventos extremos, como secas intensas e incêndios florestais, tem impactado negativamente diversos serviços ecossistêmicos. Dois dos principais biomas brasileiros – o Cerrado e a Caatinga – têm sido afetados pelo aumento da variabilidade das chuvas, levando à desertificação, ao aumento da frequência de incêndios e, consequentemente, ao aumento das preocupações com a segurança hídrica e alimentar da população local. Neste estudo, desenvolvemos uma metodologia para avaliar esses impactos por meio de um Índice de Vulnerabilidade Socioambiental (IVSE) que combina indicadores físicos, ambientais e socioeconômicos relacionados à exposição, sensibilidade e adaptação, além de incluir feedback socioambiental. O SEVI desenvolvido é então aplicado nas bacias dos rios São Francisco e Parnaíba. O índice proposto baseia-se na metodologia MEDALUS e é adaptado para incluir múltiplos indicadores biológicos, físicos e socioeconômicos, permitindo a discriminação de áreas caracterizadas por diferentes níveis de vulnerabilidade. Analisamos também a efetividade de políticas governamentais, como a criação de unidades de conservação e o cadastramento rural de imóveis, na redução da vulnerabilidade. A análise do SEVI destaca que a capacidade adaptativa é a principal restrição para a redução da vulnerabilidade socioambiental na bacia do Parnaíba, enquanto a exposição e a sensibilidade são os maiores desafios na bacia do São Francisco. Os resultados deste estudo são cruciais para a priorização de ações de recuperação em áreas degradadas.