Resumo: Ao longo dos anos, o ser humano vem modificando o uso e ocupação do solo das bacias hidrográficas. Tais mudanças causam modificações no regime hídrico que podem comprometer as recargas de água dos açudes afetando o atendimento de suas demandas hídricas. Este fato ocorreu no açude público de Sumé (PB). A construção de diversos açudes menores à montante tem comprometido o atendimento das demandas hídricas deste reservatório. Neste sentido, o objetivo do presente trabalho é avaliar como as mudanças no uso e ocupação do solo e a construção de açudes na bacia de contribuição do açude de Sumé impactaram no atendimento de suas demandas hídricas. Para tanto, inicialmente, foram considerados mapas de uso do solo de 1994 a 2020, sendo gerados deflúvios mensais através do modelo SWAT para um período de 24 anos (1994-2020). Posteriormente, a operação do açude foi simulada através do modelo de rede de fluxo ACQUANET sendo calculados os seguintes indicadores de atendimento das demandas: confiabilidade e vulnerabilidade. Os resultados mostraram que as mudanças no uso e ocupação do solo reduziram, em média, em cerca de 15% as vazões afluentes ao açude de Sumé, constatando que a construção dos açudes à montante reduziu tais vazões, em média, cerca de 35%. Tal fato afetou negativamente os indicadores de atendimento das demandas, de modo que as demandas hídricas do açude de Sumé estão gradativamente mais suscetíveis a falhas de atendimento com riscos de uma a magnitude mais severa.