Resumo: Do final de maio ao início de junho de 2022, 130 pessoas morreram em deslizamentos catastróficos e inundações repentinas provocadas por chuvas excepcionalmente fortes nos estados de Pernambuco, Alagoas e Paraíba, no litoral do Nordeste. O total de chuvas na cidade do Recife nos dias 25 e 30 de maio foi de 551 mm, 140 mm acima da média do mês de maio. A chuva foi mais forte nos dias 25 e 28 de maio, com 100-200 mm e 151-250 mm, respectivamente. Isso coincidiu com distúrbios das ondas do leste. O dia 28 de maio foi o que mais choveu, devido a uma frente fria significativa. Quatorze municípios da região metropolitana do Recife declararam estado de emergência. De acordo com a Defesa Civil de Pernambuco, a chuva impactou 130 mil pessoas no local. A maior parte da precipitação intensa caiu sobre áreas com vulnerabilidade geológica média a muito alta a deslizamentos de terra e eventos hidrológicos extremos. A perda de vidas e os impactos econômicos substanciais no Recife causados pela forte precipitação de maio de 2022 e os desastres induzidos por ela mostram que esta cidade, como muitas outras ao redor do mundo, tem capacidade limitada para lidar com extremos climáticos. A urbanização aumentou a densidade populacional ocupando morros e encostas da cidade, contribuindo para o problema. Para reduzir o impacto de tais desastres, os moradores devem ser conscientizados sobre os riscos de eventos relacionados ao clima e devem ser encorajados a prestar atenção aos alertas de desastres naturais emitidos por instituições estaduais e federais. É igualmente necessário um controlo eficaz dos riscos. A gestão de riscos só será viável quando todos participarem, o que requer educação e mudança cultural.